sexta-feira, 3 de maio de 2013


Ansioso estava eu, andando de lá para cá sem saber o que me esperar, mas ansioso para que fosse como um reencontro de velhos conhecidos, que tanto viveram e que tanto possuem histórias pra contar.
As mãos suavam e eu pensava que era por estar com elas dentro do bolso da calça o tempo todo, já que com elas na minha frente eu não sabia o que fazer.
Eu contava os milésimos de segundos, todos eles, para que eu pudesse te ver logo.
Era como milênios contados ao conta-gotas, milhares de kilômetros que pareciam ser milhões, que eram na verdade pouco mais de 700.
Na minha mente se afundavam imaginações e submergiam espectativas. Quanto mais eu estava perto, mais eu me sentia longe de quem eu era. Parecia ser um momento de transição. Eu não seria mais eu, mas sim uma pessoa inteiramente nova, com uma vida nova, novo endereço, novo peso. Peso muito mais leve do que jamais havia tido, mesmo podendo suportar o seu peso também.
Tudo que me passava na cabeça sumia em poucos segundos. Nada perdurava mais do que lampejos de querer e não querer chegar. Sensação de medo e vontade. Eu quero ter esse sabor, mas não sei o quanto ele será intenso ao ponto de jogar longe na parede, como um impulso de ar, que você não vê e apenas sente.
Eu queria sentir até a dor, se isso fosse possível. Eu queria me derreter em tudo que fosse possível, impossível, provável e tendência.
A intensidade que sempre perpetuei em minhas frases para ti, e como um balde água quente, morno como o seu abraço e quente como seu beijos, tudo isso se fez.

Sabe. Você estava lá. Estava lá como se nada no mundo fizesse mais sentido do que você estar lá, bem na minha frente.
Consigo me lembrar certinho, dos detalhes, do que senti ao te ver, do seu abraço, o primeiro, do seu sorriso e de tudo que se fez dali por diante.
Acho que pela primeira vez na vida, sinceramente como nunca fui, eu me senti em casa. Eu senti que estava perto do cheiro da minha própria cama, das minhas coisas. Eu me senti em casa. Parecia que vivi ali a muito tempo e assim a vida toda, e somente agora que eu percebia.
Não havia, e não há, melhor lugar e lugar mais certo para mim do que em você.
Nunca houve antes disso e creio que agora também nunca haverá outro.
Você me fez sentir o que nunca havia sentido, em inúmeros sentidos e cheiros, e lágrimas, e beijos, e frios, e viagens, e conversas, e tudo que seja possível conceber sem ficar louco.
Louco de saudades; suas.
Louco por mais um beijo de boa noite, aquilo que durante anos eu imaginei que nunca passariam de uma imaginação barata, e muito bem feita, de alguém com que eu pudesse explodir e implodir ao mesmo tempo.

Aquela vez em que eu te vi, Jéssica, de pé vindo em minha direção pela primeira vez. Aquele primeiro abraço, o primeiro OI, TUDO BEM? Que no fundo ambos queriam era mesmo dizer OI, PORQUE VOCÊ DEMOROU TANTOS ANOS ASSIM PRA ESTAR AQUI?
Você pode muito bem não aproveitar sempre o seu único e último tiro no alvo, mas o fez uma vez.
E essa foi a coisa mais certeira que você poderia ter feito.

Miss you...my only exception!