sexta-feira, 8 de junho de 2012

Sono #2

ele abria a boca como se fosse um crocodilo no momento que avança para o ataque de sua próxima e inevitável vítima. Mandíbulas esticando-se até o limite de se sentir a pele começar a sofrer minúsculas dilacerações nas extremidades. Era assim que ele se levantava quando o despertador tocava, sonolento e cansado como se tivesse corrido uma maratona completa, em terras árticas sem a presença de alguma ajuda ou alma viva por centenas de quilômetros, sentindo o frio, o cansaço mental de a todo instante sentir a presença de algo o espreitando nas suas costas, mesmo não havendo nada quando olhava.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Sono #1

ele abria os olhos como se fossem garças que em câmera lenta alçam voo. Asas abertas ao máximo, lentamente se fechando até abri-las novamente e assim até alcançarem altura suficiente para que sua própria velocidade os impulsionassem. Era assim que ele se levantava quando o despertador tocava, sonolento e cansado como se um trem, trem bala, tivesse passado por cima de sua coluna, na região lombar mais precisamente, percorrendo suas clavículas sobressaltadas indo até os joelhos castigados pelos quilômetros percorridos nos últimos dias.

sábado, 2 de junho de 2012

Gravata Borboleta


O modo como chegou foi diferente de todas as entradas triunfantes que vi no cinema.
Desbancando a posição de generais, megafones, piratas e fadas.
Dominando com seu impetuoso perfume todo o recinto, e além.