terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Sempre...


e que comecem todas as merdas de planejamento, estudos, obrigações, insônias, estresses e demais chatices que o mundo moderno nos obriga a dirigir.
e que se repitam todas as músicas, séries de tv, episódios de desenhos, revistas e edições de livros, pois parece que algo inédito e interessante é difícil de ser concebido.
e que haja acidentes de carros, quedas de bicicletas, aviões, trens e plataformas de petróleo, e por que não estações espaciais, já que o caos sempre vai estar lá mesmo onde só há harmonia até hoje.
e que as mães digam sempre a mesma coisa quando sair, que os professores repitam sempre o mesmo assunto por mais que você nunca entenda, que seus amigos sempre tentem te dar lições de moral mesmo você não merecendo (ou merecendo), inclusive com o gato miando sempre da mesma maneira, te deixando na dúvida do que ele REALMENTE quer.
e que as manhãs sempre venham depois do anoitecer, que você pense a mesma coisa toda vez que acorda, que sente na mesma cadeira em todo jantar, que a primeira coisa que faça quando ligar o computador seja abrir o Facebook, e que sempre fique com preguiça quando pensa no trajeto até a faculdade, pois um dia iria enjoar mesmo.
e que sempre comece a escrever da esquerda para a direita, que sempre lave os pratos primeiro, atenda o telefone sempre na mesma orelha, que coloque sempre a mesma banda pra escutar mesmo dizendo que já enjoou, por mais que isso signifique falta de opções.
e que sempre lave a cabeça primeiro no banho, use sempre o mesmo pijama nos finais de semana, corte o cabelo da mesma maneira, sempre erre a mesma palavra quando digita, e decore números de pessoas que você nunca vai ligar, nunca mesmo.
e que seja mais difícil se diferenciar de todos os outros do que sentar e aceitar ser uma cópia mal feita do cara do seu lado.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Carnival Concept


Hoje todos vestem suas máscaras. Fuliões de seus próprios carnavais se divertem em ruas iluminadas pelos sorrisos dos transeuntes que em volta comemoram sem fim.
Usam as mesmas máscaras de outros carnavais, outros sorrisos. Reutilizadas, já que um dia pareceram funcionar.
Eu, que nunca fui fã, desta vez decidi cair na folia. Sem a necessidade de máscara, apenas usando o sorriso de outrem.
E os sorrisos que em volta regurgitavam raios de luz pelas ruas se apagaram, restando apenas um.
Olhos negros de luzes cintilantes, clareavam o caminho escuro da noite de Sexta-Feira como se fosse meio dia.
Corriam Em minha direção, lançando com o balançar da cabeça feixes para todos os lados: paredes, calçadas, janelas.
Seis ou dez dias depois eu acordo, meio zonzo, tentando entender o que aconteceu e por quanto tempo.
Com o passar dos dias tudo vai voltando a fazer sentido, restando na memória os momentos em que aqueles olhos iluminaram o meu carnaval.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Boom Diiaaa

Acordei as 07:10. Desliguei o despertador 4x.
Espalhados de propósito pela casa, levantei e desliguei seguidamente cada um deles. Até na casa do cachorro tinha um (que não escutei, o que me faz pensar que ele engoliu ou fez algo do gênero).
Logo fui para a mesa tomar meu café da manhã.
NOTA:
Se fosse nos EUA: fatias de bacon, suco de laranja em Jarra ou Minute Maid e Waffers com Mel.
Se fosse na Argentina: tudo em cima da mesa não teria sal, acompanhado por suco de Pomelo (e não teria café).
Se fosse em Tijucas do Sul: café preto e carne de porco com farofa.
Se fosse em Santa Catarina: polenta com leite, café com muito leite e pão caseiro de batata.
E na minha frente havia uma fatia de pão meio murcho, Nescau com leite gelado e um pote de requeijão. A bolacha sortida me lembrou as de milho verde (se alguém gosta daquilo por favor se manifeste, você é bizarro).
Se arrumar, pegar o celular (por vezes esquecido), pegar a mochila (mesmo que não haja nada útil dentro dela), pegar a bike e sair. o guarda-chuva eu nunca pego; sempre acaba se destruindo na primeira rajada de vento. ¬¬
A lacuna que se segue refere-se ao dia de trabalho.
Nada importante para dizer, nada importante que alguém queira saber, ou são muitos detalhes que não valem a pena comentar.
Durante o dia, todo o planejamento da rota de bike até a faculdade. Esta que sempre é adiada por vários fatores, dentre eles a preguiça, falta de organização do tempo, clima instável de Curitiba e, é claro, o estado da bike em si.
A noite é preenchida com faculdade, com faltas na faculdade, com cochilos na faculdade e com decepções com os colegas de grupo, na faculdade.
Durmo na ida, durmo na volta, durmo durante, e as vezes antes das onze da noite. Mas nunca durante o dia. Nunca diga nunca, mas é quase nunca. É apenas um código de conduta.
Mas antes de dormir para começar outro dia, preciso reescrever o texto:
Acordo e vejo que há mensagens dela: Abro um sorriso.
Mando recado e ela responde: Abro um sorriso.
Almoço e a conversa continua: Cheio de sorrisos.
Aula? Sim, mas com sorrisos, inevitavelmente.
Dormir de novo? Só depois de fechar os olhos,
sorrindo.