Correndo ou pedalando, pelo menos
para mim, é uma boa maneira de se parar pra pensar nas coisas.
Parece que a cada passada ou
pedalada ideias, lembranças e pensamentos surgem, um atrás do outro.
E como são muitas pedaladas, se
pensa muito. E isso tá sendo rotina praticamente.
Pensa-se nas coisas erradas que
fez, nas coisas que poderia ter feito pra desviar a situação para outro
caminho, nas coisas que deveria ter demonstrado mais valor, e assim, vai,
pensando e pensando durante minutos, horas, quase um dia inteiro.
A gente se limita às vezes a
pensar que o que foi feito não pode ser revertido, que certas coisas não
possuem duas chances iguais. Não tem como saber se isso é certo ou não, pois
cada minúscula coisa pode desencadear infinitas possibilidades.
Essa semana eu errei, errei feio.
Tive o pote de ouro que sempre quis já faz anos, mas o tomei com tanta vontade
e agressividade que acabei acabando com ele todo, não sobrando nada pra
continuar matando minha sede.
Hoje olhando a fogueira no
acampamento, pude analisar uma coisa:
Todos se espantam com a beleza
das chamas de uma fogueira. Todas aquelas labaredas enormes se levantando no
céu, em tons azuis e amarelos, um efeito que é deslumbrante a quase todos que
consegue parar por um tempo pra apreciá-la.
Mas quase ninguém vê que as
chamas consomem tudo muito rápido. Devora tudo que lhe serve de alimento, com
grande esplendor, mas muito depressa. Toda fogueira precisa de suas chamas, é
claro, mas em moderação. O fogo acaba rápido e o que sobra são apenas cinzas,
sem mesmo ter criado brasas.
Essa sim é a essência de uma
fogueira. A brasa que, depois das chamas se vão, é o que mantém o fogo vivo.
Vermelha e incandescente, ela perdura por muito tempo, consegue manter uma temperatura
controlada, assim queimando devagar tudo que lhe é posto como alimento, sendo
muito mais útil do que meras chamas gigantescas.
Olhando para um céu com Lua
Crescente e sem nuvens foi possível ver muitas estrelas e constelações dessa
vez. Pude ver o Cruzeiro do Sul com muita nitidez e várias outras, como
Escorpião, Libra, um satélite artificial e até uma estrela cadente.
É muito mais fácil ver em uma
noite com Lua amena do que em Lua Cheia. Ela tira a atenção e todo o brilho das
estrelas desaparece para que a sua luz ilumine tudo. Monopoliza seu tempo, sua
beleza, tendo todo o céu para ela. Não deixa espaços para que outras coisas
também possam brilhar, mostrar suas habilidades.
Depois de muito tempo, parece que
essa viagem do fim de semana valeu bem a pena.
Pude ver muitas estrelas,
apreciar as brasas, e por fim, parece que dei 2 voltas ao redor do mundo,
pedalando.
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